O ser humano é deveras fantástico, capaz de construir muralhas que se perdem por quilómetros visíveis inclusive do espaço, capaz de fazer-se aterrar em planetas distantes encurtando distancias imensuráveis, consegue construir impérios de vasta extensão e com a mesma facilidade destruí-los, consegue descobrir curas para doenças fatais, consegue transformar o vazio e inútil em belo e necessário e poderia preencher várias páginas com os feitos alcançados por nós humanos, incluindo as dificuldades que superamos dia-a-dia... “o Homem sonha, a obra nasce”.
No entanto falhamos redondamente numa das capacidades que penso que deveriam ser mais simples para nós, até mesmo e de certa forma inatas em todos. De que falo então?! Da capacidade de nos compreendermos uns aos outros! Se não vejamos e pensem bem... como um dia um treinador meu me disse: ”somos todos (basicamente) feitos da mesma forma e matéria”, todos passamos por várias “etapas” (nascer, crescer...), crescemos basicamente (exceptuando algumas situações) num mesmo meio... não é caso de uns serem de Marte e outros de Vénus! Não! Somos todos do mesmo planeta!
Então porque falhamos tão escandalosamente na capacidade de nos percebermos?! Certo é que, cada ser é um ser, e cada um obedece e vive sob uma série de variâncias e complexidades, o que torna tudo muito mais crítico quando o assunto entra no campo amoroso, então aí a complexidade multiplica-se por milhões de vezes, aumentando exponencialmente a falha em entendermo-nos... o que para uns é um claro sinal de interesse para outros pode passar desapercebido, ou mesmo ter o sentido inverso ao esperado... quantos já não passaram pelo suplício: “será que devo telefonar-lhe? Será que devo dar a entender o quanto gosto dela(e) e o quanto é importante para mim? Não quero pressionar-lhe, ou perder a amizade que já estabelecemos, fazendo com que se afaste... o que fazer?!” Aposto que todos já passamos mais cedo ou mais tarde por este dilema, e nem sempre a sabedoria popular se ajusta, como é costume dizer: “quem não arrisca não petisca” pode ser um passo bem em falso... não é fácil.
Angustiante... os dias passam dolorosamente devagar, olhamos para o telemóvel de instante a instante, todas as canções que ouvimos parecem falar de nós, conhecem surpreendentemente a nossa história... tudo perde o gosto, a cor, a alegria... e sentimo-nos sós, vazios! O telefonema nunca chega, os dias convertem-se em semanas, semanas em meses... e a proximidade que havia é substituída pela distancia e pela indiferença.
Como alguém um dia me disse: “devemos dizer na hora o que pensamos, e não guardar para outro dia!” concordo, como poderia discordar?! Para o bem ou para o mal concordo! No entanto é muito mais simples dizer que fazê-lo... então como agir?! A equação que resolve o problema da complexidade em compreendermo-nos não é de resolução fácil (pelo menos para mim, não o é...) portanto lanço desde aqui um apelo a todos... se conhecem a solução, partilhem e não a guardem só para vocês!! Mas como isso não me parece que venha acontecer num futuro próximo, deixo aqui a minha solução... cada um de nós deveria vir com um manual de utilização! Não tornaria tudo muito mais simples???
smp, TJ* (Y si me entrego a ti sincero y te hablo al corazón espero que no me devuelvas un adiós)
palavras que não são minhas, que representam sentimentos que são meus:
“Se apaga el sol en mi ventana y hace tiempo que ya no sé de ti, dime cómo te ha ido, si también
estás sola y si piensas en mí, sigo aquí... y cada día, cada hora, cada instante pienso en ti y no lo ves,
no me crees”
*faltam 5 dias, será que te lembrarias...
D |
izer que a língua portuguesa passou a ser um cliché, no entanto não deixa de ser bem verdade! Se o Inglês é provavelmente o idioma mais falado no planeta (considerado o idioma universal...) posso sem qualquer margem para dúvida afirmar que a “nossa língua materna” é a mais divertida (mais à frente verão que tenho razão!!!).
É que por muito boa intenção que tenhamos, por vezes acabamos por dizer algo que não soa realmente ao que queremos expressar, e se por vezes dá para uma boa risada, noutras tantas pode deixar-nos em maus lençóis... e tudo isto podemos muito bem agradecer a todas as “personagens históricas” que fizeram do Condado Portucalense, o nosso Portugal de hoje, e consequentemente, a forma como acabamos por falar, ou seja o idioma que usamos para nos expressar... para o bem ou para o mal... e se ao português juntarmos uns párocos com dificuldades em fazer-se entender... bem então temos uma mistura explosiva: (todas as citações são reais)
- "Por favor, metei as vossas ofertas dentro de um sobrescrito, juntamente com os defuntos que quereis fazer recordar." (agora digo eu... bem, não há muito a dizer, e os sobrescritos colocamos onde??? sem comentários possíveis!!!)
- "Recordai na oração todos aqueles que estão cansados e desconfiam da nossa paróquia." (de certeza que uma paróquia em que há pessoal cansado e desconfiado... eu não colocava as minhas mãos no fogo por vocês, e por falar em fogo...)
- "O pároco acenderá a sua vela na do altar. O diácono acenderá a sua na do pároco e, voltando-se, acenderá um a um todos os fiéis da primeira fila." (a isto é que se pode chamar uma celebração “quente”, bem calhando não...)
- "Quarta-feira à tarde, ceia à base de feijocas no salão paroquial. Seguir-se-á o concerto." (não duvido que haverá concerto, já não tenho tanta certeza é se ficarão muitos para assistir ao final... e se os que resistirem terão “conserto”! olha que realmente!)
- "O custo da participação na reunião sobre "oração e jejum" inclui as refeições." (afinal ficamos em quê? Podemos ou não comer??? E vamos falar do jejum antes ou depois da refeição??? Hã??)
- "O grupo de recuperação da confiança em si mesmos reúne-se na quinta-feira, às 7 da tarde. Por favor, usai a porta de trás." (não bastava não serem confiantes em si, ainda por cima são relegados para as traseiras, deve ajudar em muito na recuperação!)
- "Na sexta-feira, às 7 da tarde, as crianças do Oratório representarão "Hamlet" de Shakespeare, no salão da igreja. A comunidade está convidada a tomar parte nesta tragédia." (também só pode ser má língua, eu até assisti aos ensaios e as crianças nem representam assim tão mal... vendo bem, há um ou outro a mais...)
- "Queridas senhoras, não esqueçais a venda de beneficência! É um bom modo de vos libertardes das coisas inúteis que estorvam em casa. Trazei os vossos maridos." (mas antes de entregarem os maridos ao menos vejam se não têm traças e se não cheiram a naftalina!!! Maridos mal estimados não serão aceites!)
- "O coro das pessoas de sessenta anos dissolver-se-á durante todo o Verão, com o agradecimento de toda a paróquia." (olha que realmente, esta paróquia é um pouco mal agradecida, as pessoas a tentarem ajudar e estão sempre a colocar defeitos... primeiro eram os putos, agora...)
- "Na quinta-feira, às 5 da tarde, haverá uma reunião do grupo das mamãs. Roga-se a todas as que queiram fazer parte das mamãs que se dirijam ao pároco no cartório paroquial." (tinha para mim que os padres antes de o serem tinham realizado os votos de celibato, afinal parece que não... estamos sempre a aprender!)
- "Tema da catequese de hoje: "Jesus caminha sobre as águas". A catequese de amanhã: "À procura de Jesus". (sem ofensa... mas só pode ser brincadeira... se caminha sobre as águas não deve Ter ido muito longe, digo eu...)
smp, TJ
PS: peço desculpa por este espaço de tempo sem posts, mas tenho estado em exames, e o tempo escasseia!
PS2: com este post o autor não quer de forma alguma susceptibilizar as crenças de quem o lê, mas sim demonstrar a teoria (da dupla interpretação) de que a nossa língua é um pouco perigosa se não for usada com conta e medida. É só um aviso para os fundamentalistas, para que não me persigam como fizeram aos cartoonistas suecos... lool!!
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